24/07/2015
Recentemente, Nova York baniu as embalagens de isopor® do comércio da cidade. Não tardou para que a ideia fosse comemorada por formadores de opinião e setores da imprensa brasileira. Mas será que o poliestireno expandido (EPS) é, de fato, o vilão que muita gente imagina?
Primeiramente, o Poliestireno Expandido (EPS) – este é o nome técnico do isopor® – é uma matéria-prima nobre e passível de ser reciclada. Pode passar pela reciclagem mecânica, transformando-se em matéria-prima para novos produtos; pela reciclagem energética, que usa o poliestireno para a recuperação de energia, devido ao seu alto poder calorífico; ou pela reciclagem química, que reutiliza o plástico para a fabricação de óleos e gases.
O que falta é educar as pessoas para o correto descarte dos resíduos que elas produzem. “Se há garrafas e embalagens de EPS poluindo rios e oceanos, isto se deve muito mais ao descarte inadequado do lixo do que a algum problema inerente ao plástico”, pontua o presidente da ABIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho.
No caso brasileiro, o Poder Público, nas esferas municipais, estaduais e federal, deve ser cobrado para cumprir seu papel normalizador, promovendo ações de saneamento ambiental que incluam o estímulo à coleta seletiva e à reciclagem, bem como a implantação de políticas sérias de gestão de resíduos e de logística reversa. “Vale lembrar que a indústria do plástico tem sido parceira de primeira hora do Poder Público no sentido de buscar soluções efetivas para os desafios ambientais, mas nem sempre as ações governamentais se dão com a celeridade que gostaríamos, que corresponderia aos anseios da sociedade”, completa Roriz.
Ainda de acordo com o presidente da ABIPLAST, “a indústria plástica tem se pautado pela pesquisa constante, pelo aprimoramento de seus materiais e pela racionalização do uso de recursos como água e energia, e isso também vale para o EPS e para as providências de logística reversa”, conclui o presidente da entidade.
Termotécnica recicla isopor®
Em matéria publicada no mês de Julho no jornal DCI, a Termotécnica revela que, em oito anos, já reciclou mais de 40 mil toneladas de isopor®. Além disso, também informa que cerca de 13,5 mil das 39.340 toneladas de EPS descartadas anualmente no Brasil são recicladas, e a perspectiva é fazer essa quantidade crescer 5% ao ano. Hoje, a empresa dispõe de máquinas compactadoras em suas oito unidades de produção, situadas em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Pernambuco e Amazonas.
Uma das medidas para estimular a reciclagem do EPS é ter mais cooperativas de catadores atuando com foco nesse insumo. Afinal, as indústrias, em sua maior parte, já contam com sistemas de controle de resíduos, descarte correto e encaminhamento. O desafio, agora, é conquistar essa consciência no varejo, a exemplo do que foi feito em relação às latinhas de alumínio anos atrás. Como muita gente acha que o EPS não pode ser reciclado, ele sequer é separado com o lixo seco nas casas e em estabelecimentos comerciais. Mudar essa visão é um dos principais focos com os quais se precisa trabalhar.
O EPS passa por uma triagem quando chega às unidades da Termotécnica. Ali, é separado por cor e qualidade. O EPS branco, mais valorizado por ser mais facilmente reaproveitável, fica isolado do colorido ou do que foi contaminado com sujeira.
Em uma segunda etapa, são removidas eventuais etiquetas de identificação, e o produto segue para um triturador. Depois de resfriado, é colocado em uma máquina compactadora, onde o volume é reduzido por meio da eliminação dos espaços vazios existentes no produto.