28/10/2014
A reeleição da presidenta Dilma Rousseff, neste domingo 26, repercutiu entre os homens de negócio. Em geral, empresários, executivos e representantes de entidades setoriais saudaram a presidenta e mostraram satisfação com a disposição de Dilma de dialogar com os vários setores da economia. A cautela, porém, prevalece em relação às perspectivas de curto prazo. É consenso que, sem os necessários ajustes, o País enfrentará dificuldades que podem comprometer seu desempenho. Confira, a seguir, suas declarações:
Roberto Setubal, presidente executivo do Itaú Unibanco
“A campanha eleitoral que culminou com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff foi um extraordinário momento na vida política do País, que fez a democracia sair fortalecida das urnas. O pronunciamento da presidenta foi muito positivo e a proposta de dialogar na busca de alinhamento para aprovação das reformas necessárias é extremamente importante para o futuro do País. O compromisso com o combate à corrupção e à impunidade reenfatizado por ela é muito bem recebido por todos os brasileiros. A importância da parceria com o setor produtivo e financeiro declarada pela presidenta também traz confiança e tranquilidade aos agentes econômicos, empresários e investidores. Finalizada a disputa eleitoral, acredito que todos devem trabalhar e colaborar com objetivo de melhorar o País. Este também é o compromisso do Itaú Unibanco, que reafirma sua confiança no Brasil, reforçado pela nossa crença num futuro melhor para a nação, sempre em torno da união e do diálogo, dos investimentos e de mais cidadania.”
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente executivo do Bradesco
“O Brasil é exemplo de democracia moderna, que impulsiona o seu desenvolvimento social e político pelo voto popular, em eleições limpas e realizadas em clima de paz. O povo brasileiro deu demonstração de espírito democrático e tolerância, em que pese os acirrados debates e a disputa apertada. Acreditamos no Brasil e confiamos que o governo reeleito enfrente os desafios do presente, mantendo a esperança do futuro das próximas gerações. O discurso da vitória da Presidenta Dilma Rousseff, ontem, sinalizou diálogo, união e reformas. Foi um momento de pacificação e pleno entendimento das responsabilidades à nossa frente.”
Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco
“A maturidade e solidez da democracia brasileira foram confirmadas nas eleições presidenciais que acabam de ser encerradas. Temos a convicção de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff renovou pelo melhor caminho – o do voto da maioria dos brasileiros – todas as condições necessárias para avançar sobre os grandes desafios que o País tem pela frente. Desejamos-lhe as merecidas saudações, com a crença de que teremos quatro anos de muito trabalho e conquistas.”
Eudes de Freitas Aquino, presidente da Unimed Brasil
“O resultado é uma demonstração plena da nossa democracia. Foi uma campanha dura, com resultado parelho. Agora, cabe a Dilma cumprir o que prometeu. Sempre tivemos um diálogo muito franco com o Ministério da Saúde e acredito que agora melhorará ainda mais. Quem ganha com isso é a sociedade, afinal, o alvo de qualquer empresa de saúde é o cidadão. É melhorar a vida da população. Na minha visão, em especial na saúde, o governo precisa ampliar o diálogo com a sociedade civil. Precisamos de boas ideias, de propostas e de construir um cenário mais favorável. Sobre o cenário macroeconômico, espero que haja mudanças consistentes na economia, que os programas sociais aumentem e que eles possam se integrar.”
Mario Laffitte, vice-presidente de assuntos corporativos da Samsung para América Latina
“Estudos mostram que a competitividade da indústria brasileira tem caído nos últimos anos. Desta forma, esperamos que, já no próximo ano, o governo possa ser capaz de implantar medidas e reformas necessárias para fazer com que o País possa definitivamente voltar a crescer. Para retornar a confiança dos investidores, o governo deve imediatamente acelerar os programas de infraestrutura, portos, rodovias, ferrovias, energia, telecomunicações, destravando os entraves e gargalos regulatórios, além de aprovar o início da reforma tributária, desonerando principalmente os tributos sobre investimentos.”
Mario Menel, presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), e do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase)
“Definida a reeleição, ficamos animados com o fato de a presidente reconhecer em seu discurso a falta de diálogo. Quando se reconhece o problema, abre-se a perspectiva de que possam surgir soluções para a situação do setor.”
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast)
“O resultado tão equilibrado das eleições presidenciais, no segundo turno, reforça o que temos apontado. A presidente Dilma Rousseff, neste segundo mandato, terá o desafio extra de despertar credibilidade suficiente para realização dos ajustes necessários para gerar competitividade e iniciar novo ciclo de crescimento a partir de 2017, pois o triênio 2014-2016 será de ajustes e economia com baixo crescimento. E esse movimento começa com a indicação da equipe econômica que irá compor essa nova etapa de sua gestão e as medidas macro que irão nortear os próximos quatro anos. Precisamos evoluir nas questões político-econômicas para que os empresários possam se concentrar na gestão de inovação, novos processos, produtos e mercados. Necessitamos urgentemente de mudanças profundas nas políticas fiscal, industrial e comercial. A reforma tributária é urgente para reduzir impostos e simplificar processos. O governo precisa viabilizar formas de ampliar a produtividade, investindo em educação, treinamento e preparo do trabalhador”.
Marcio Christiansen, empresário e CEO da Ferretti Group Brasil
“O governo terá que corrigir as tarifas de água, luz, combustíveis, enfim, tudo aquilo que foi artificialmente represado para manter a inflação ao menos no teto da meta. Com a Dilma, tudo isso pode vir à tona. Os juros deverão subir para atrair investimentos externos, mas será difícil convencer alguém a aumentar seus riscos no Brasil, o dólar deverá disparar, as bolsas e o valor das empresas brasileiras devem cair vertiginosamente.”
Davide Breviglieri, CEO da Azimut Yachts do Brasil
“É notável que a economia brasileira passa por um momento bastante delicado, que compromete não apenas o setor náutico, mas uma série de outras áreas industriais. O País necessita urgentemente de novas estratégias econômicas para a aceleração do crescimento e melhor desempenho nas diversas áreas industriais e de serviços. Por isso, para que possamos atravessar esse momento de grandes desafios na economia brasileira, esperamos iniciativas viáveis em 2015 no próximo governo. Esperamos que, de fato, sejam feitas reformas concretas e eficazes para a mudança do cenário econômico, que refletirá em todo o mercado náutico e demais setores”.