19/09/2014
Um projeto que desenvolveu um asfalto produzido a partir de plástico reciclado levou R$ 30 mil do Caldeirão do Huck. As pesquisadoras Samantha Karpe e Letícia Padilha, de Novo Hamburgo, ganharam o prêmio máximo no quadro Jovens Inventores pela inovação e qualidade do produto, mais resistente e mais barato que o asfalto utilizado hoje nas ruas.
“Tenho um grande sonho que é produzir em larga escala. É uma perda, na verdade, para o mercado ele não estar sendo aplicado ainda”, disse Samantha.
O asfato produzido pelo projeto é destinado para lugares que precisam de mais resistência, como estacionamentos, pistas de pouso e pontes. O pavimento inovador produzido pelas pesquisadoras gaúchas substitui um derivado do petróleo por um outro componente que é encontrado em embalagens de amaciante e xampu, por exemplo.
Apesar do sucesso do asfalto, Letícia e Samantha percorreram um caminho difícil até chegaram ao resultado que apresentaram no Caldeirão do Huck. Desde experimentos mal sucessidos com garrafas pet até falta de estrutura da escola e falta de apoio das empresas, nenhum dos obstáculos desanimou a dupla.
Em contato com as prefeituras próximas, as meninas chegaram até o centro de triagem de lixo de Novo Hamburgo e deslancharam a pesquisa. A mãe de Letícia também ajudou, implantando a coleta seletiva nos prédios onde trabalha como doméstica e levando todos os dias sacolas cheias de plástico para a filha.
“Ele ficou cinco vezes mais resistente, deformou 1/3 e em relação ao material ele é cerca de 50% mais barato. Então, o nosso experimento foi um sucesso!”, afirmou Letícia.
O corpo de jurados que deu o prêmio total para as jovens cientistas foi composto por Tião Santos, catador de lixo desde os 11 anos e empreendedor social que aparece no documentário Lixo Extraordinário, de Vik Muniz; Thiago Aragão, phD em engenharia civil e mecânica aplicada pela University of Nebrasca, e André Marques.