16/04/2014
Com o objetivo de estimular o mercado de capitais, o BNDES anuncia hoje um programa de investimento de R$ 3 bilhões. Do total, R$ 2 bilhões serão destinados a fundos que compram participações acionárias em empresas médias e grandes (“private equity”) e também de pequeno porte (“venture capital”).
O restante dos recursos será usado para viabilizar a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) de companhias que, hoje, não têm porte suficiente para estar na bolsa. O objetivo é tentar corrigir uma distorção histórica do merca-do brasileiro. “No Brasil, o tíquete médio dos IPOs é da ordem de R$ 400 milhões, muito elevado”, disse o diretor do BNDES, Júlio Ramundo, ao Valor.
A expectativa é que a presença do banco estatal como investidor “âncora” estimule a entrada de outros agentes do mercado e multiplique os recursos aportados nas modalidades de “private equity” e “venture capital”. A fatia do banco deve variar de 20% nas empresas maiores a até 40% naquelas em estágio inicial.
O plano é selecionar gestores de fundos com foco em empresas de tecnologia, saúde e economia criativa, segmento que inclui áreas como indústria cultural, design e videogames. O BNDES aplicará também parte dos recursos em fundos de infraestrutura, bem como em parcerias público-privadas (PPP) e projetos de mobilidade urbana. Outra novidade será a participação do banco em fundos que aplicam em outros fundos de “private equity”.
O objetivo é que os aportes viabilizem investimento total de até R$ 10 bilhões, em 90 empresas. “Para cada R$ 1 colocado pelo banco, o fundo consegue alavancar R$ 3 de outros investidores”, estimou Ramundo.
No caso dos IPOs, a ideia é investir, nos próximos cinco anos, em ofertas de empresas de menor porte do Bovespa Mais, segmento de acesso à bolsa. Para assegurar a liquidez dos papéis, o banco se compromete a adquirir até 20% do volume das ofertas, que precisarão destinar pelo menos 10% das ações ao público de varejo.