10/04/2024
Criada em 2018, a iniciativa une organizações de toda a cadeia do plástico, incluindo desde petroquímicas até o varejo, contemplando o pós-consumo
A Rede pela Circularidade do Plástico, iniciativa brasileira dedicada à promoção da economia circular do plástico, comemora em abril seu sexto ano de atuação. Mobilizada pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), a iniciativa reúne mais de 70 organizações que representam todos os elos da cadeia estendida do plástico, passando por petroquímicas, transformadores até indústrias de bens de consumo, varejistas, cooperativas, gestores de resíduos e recicladores.
As iniciativas da REDE são elaboradas com base em cinco eixos de trabalho: design de embalagens, logística e infraestrutura, políticas públicas, comunicação e governança.
Ao longo dos anos, a iniciativa entregou à sociedade diversos projetos significativos, como o RETORNA, ferramenta online e gratuita que avalia o índice de reciclabilidade de embalagens plásticas. Esta plataforma auxilia as empresas produtoras e usuárias de embalagens a desenvolverem opções mais recicláveis, considerando as complexidades do cenário brasileiro e as particularidades de cada região do país. Em 2022, foi realizado um total de 269 análises, com 197 usuários utilizando a plataforma, representando 147 empresas. No total, desde a sua concepção, foram realizadas 504 análises, contando com a participação de 321 usuários cadastrados, representando 223 empresas.
Recentemente, foi lançado o Circularize, projeto que visa a estreitar os laços comerciais entre cooperativas e recicladoras de plástico. Seu portal disponibiliza guias técnicos para otimizar a entrega de matéria-prima, garantindo assim maior eficiência e qualidade. Além disso, o projeto busca padronizar a sucata de plástico para agregar valor, facilitar sua comercialização e promover uma renda mais digna para os catadores, ao mesmo tempo em que fortalece a conscientização ambiental.
Outra iniciativa relevante é o CirculaFlex, voltado para embalagens flexíveis pós-consumo, que fortalece a sua logística reversa em território nacional, unindo cooperativas e recicladores para aumentar o volume reciclado desse resíduo.
Fomentando a indústria de reciclagem:
Com o intuito de impulsionar a reciclagem, em janeiro foi lançado o Recicla Praia Grande, patrocinado pela Rede Pela Circularidade do Plástico junto de empresas membros em parceria com o Movimento Plástico Transforma. Por meio do projeto, o município do litoral de São Paulo incentiva a coleta seletiva, a triagem e reciclagem de resíduos plásticos, mobilizando moradores e o poder público. A Prefeitura Municipal de Praia Grande também assinou um acordo de cooperação com a ONG Espaço Urbano, organização que executa o projeto, comprometendo-se com a sua implementação.
Ainda no litoral do Estado, o Recicla Guarujá, que ocorreu entre 2022 e 2023, propôs um plano de trabalho que incluiu capacitação para cooperativas e gestores, desenvolvimento de ações socioambientais junto à comunidade local e aumento da coleta de material reciclável. Essas ações contribuem para promover uma cidade mais limpa, consciente e sustentável, resultando na recuperação de mais de 84,7 toneladas de resíduos plásticos.
Para além dos ganhos ambientais, o setor também é um importante gerador de empregos e renda. As atividades de coleta, separação e comercialização de materiais recicláveis envolvem diversas etapas que requerem mão de obra qualificada. Dessa maneira, a atividade de reciclagem contribui para fortalecer a economia local e promover a inclusão social. O setor de reciclagem emprega 15,1 mil pessoas em 1,6 mil empresas instaladas em todo o Brasil, segundo o Perfil 2022 da ABIPLAST. A indústria de reciclagem de plásticos no Brasil tem capacidade para reciclar 2,3 milhões de toneladas de materiais plásticos, atualmente produz 1,1 milhão de toneladas de plásticos reciclados e fatura R$ 4,7 bilhões. Do total do resíduo plástico pós-consumo gerado no Brasil, 25,6% são reciclados, conforme dados da pesquisa “Índice de Reciclagem Mecânica de Plásticos Pós-consumo no Brasil”, divulgado pelo PICPlast (Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico).
“Ao promover a REDE, a ABIPLAST entende que a união de toda a cadeia para buscar soluções para a economia circular das embalagens é a melhor forma de encontrá-las. Desafios complexos, como a circularidade, têm maiores chances de sucesso, como vemos nos projetos desenvolvidos pela rede, quando toda a cadeia se envolve, cria e participa. É uma experiencia única no mundo que temos vivido aqui no Brasil.”, comenta Paulo Teixeira, presidente executivo da ABIPLAST.
Sobre a Rede Pela Circularidade do Plástico:
Criada a partir de uma mobilização articulada pela ABIPLAST, em 2018, a Rede pela Circularidade do Plástico é a primeira iniciativa brasileira em prol da Economia Circular contemplando todos os elos da cadeia produtiva. A Rede envolve todos os elos da cadeia estendida do plástico em torno da discussão e do desenvolvimento da Economia Circular no processo produtivo. O foco é aprimorar as interações e propor soluções voltadas para a economia circular do material. Entre os participantes estão transformadores e recicladores, a indústria petroquímica, a indústria de bens de consumo, o varejo, gestor de resíduo e as cooperativas de catadores.
Sobre a ABIPLAST:
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) representa o setor de transformados plásticos e reciclagem desde 1967, atuando para aumentar a competitividade da indústria. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. Há anos, a concreta implementação da economia circular na cadeia produtiva está no topo das prioridades da ABIPLAST. A entidade, referência no tema, desenvolve juntamente com seus associados ações que preparem os setores para a atual realidade que se delineia, avançando em direção a resultados efetivos. A ABIPLAST representa atualmente cerca de 12,6 mil empresas que empregam em torno de 360 mil pessoas.