UNILEVER DESENVOLVE TECNOLOGIA QUE VIABILIZA RECICLAGEM DE SACHÊS

    21/06/2017

    Um dos principais desafios da Unilever para concretizar o compromisso de ter 100% de suas embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025 era encontrar uma solução técnica para a reciclagem de sachês, que correspondem à maior proporção de embalagens plásticas não recicláveis devido ao pouco valor do produto no mercado de reciclagem e das dificuldades em reciclar o material.

    Para solucionar a questão, a Unilever apresenta o CreaSolv Process, tecnologia desenvolvida em parceria com o Fraunhofer Institute for Process Engineering and Packaging IVV, da Alemanha, que possibilita a reciclagem de resíduos de sachês. A CreaSolv Process foi adaptada de um método utilizado para separar retardantes de chamas bromados dos polímeros em resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos. Durante o processo, o plástico é recuperado do sachê para, depois, ser usado para fabricar novos sachês para produtos Unilever – criando uma abordagem de economia circular completa.

    Os sachês são embalagens extremamente eficientes, já que utilizam pouca matéria-prima e ocupam pouco espaço no transporte. Soma-se a isso o fato de tornarem os produtos acessíveis do ponto de vista econômico, permitindo que consumidores de baixa renda consumam produtos que, de outra maneira, seriam inacessíveis. Mas sem uma solução de reciclagem viável, os resíduos de sachê acabam como resíduo comum ou em aterros. Como parte de seu Plano de Sustentabilidade, a Unilever assumiu o compromisso de encontrar uma alternativa ao simples descarte desse tipo de embalagem.

    “Bilhões de sachês são utilizados uma única vez e descartados no mundo inteiro, acabando em aterros sanitários, em rios ou oceanos. No início deste ano, anunciamos o compromisso de ajudar a resolver a questão por meio de novas tecnologias de reciclagem. Pretendemos fazer com que essa tecnologia seja de fonte aberta e esperamos ganhar escala na tecnologia com parceiros na indústria, para que outras empresas – incluindo nossos concorrentes – possam usá-la”, comenta David Blanchard, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Unilever.

    “O argumento econômico a favor dessa tecnologia é muito claro. Sabemos que, globalmente, perdem-se US$ 80-120 bilhões por ano porque os plásticos não são reciclados adequadamente. Encontrar uma solução representa uma oportunidade enorme. Acreditamos que nosso compromisso de tornar 100% de nossas embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis apoiará o crescimento do nosso negócio no longo prazo”, completa Blanchard.

    A Unilever irá inaugurar uma planta piloto na Indonésia ainda esse ano para testar a viabilidade comercial de longo prazo da tecnologia CreaSolv Process. A Indonésia é um país crítico para o combate aos resíduos, já que gera 64 milhões de toneladas por ano, das quais 1,3 milhão têm como destino o oceano.

    Para abordar a questão de resíduos de sachês em toda a indústria, a Unilever está buscando criar uma mudança sistêmica sustentável por meio da estruturação da coleta para encaminhar os sachês para reciclagem. Atualmente, a Unilever está trabalhando com bancos de resíduos locais, governos e varejistas e buscará empoderar catadores de lixo, integrando-os à economia convencional, proporcionado renda no longo prazo e gerando o crescimento mais abrangente da economia.

    A Unilever já tinha se comprometido a reduzir o peso de suas embalagens em um terço até 2020 e a aumentar a utilização de plástico reciclado em suas embalagens em ao menos 25% até 2025.

    “Com esta planta piloto inovadora, pela primeira vez poderemos realizar a reciclagem de polímeros de alto valor de sachês de múltiplas camadas pós-consumo. Nosso objetivo é comprovar a viabilidade econômica e os benefícios ambientais de CreaSolv Process. Nossos cálculos indicam que poderemos recuperar 6 quilogramas de polímeros puros com a mesma energia necessária para produzir 1 quilograma de polímero virgem”, afirma Dr. Andreas Mäurer, chefe de Reciclagem de Plásticos da Fraunhofer IVV.

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