20/10/2016
Nos dias 5 e 6 de outubro, aconteceu no teatro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, o 2º Congresso Brasileiro do Plástico. O evento reuniu diversos especialistas, profissionais, estudantes e entidades do setor para trocar conhecimentos e experiências e apresentar projetos que tinham o plástico como protagonista.
Durante o congresso foram debatidos temas que atestaram a importância e qualidade do plástico para o bem-estar social, econômico e ambiental em diversos segmentos, como na construção civil, medicina, tecnologia e comércio exterior.
De acordo com José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), que proferiu palestra, o evento já se consolida como importante e consistente fórum de informação e conhecimento. “A segunda edição do Congresso Brasileiro do Plástico teve uma programação de alto nível, com profissionais muito qualificados, que contribuíram para a discussão de estratégias relativas ao avanço do setor”.
Durante sua palestra, intitulada “Embalando o Brasil para exportação”, Roriz destacou as características, desafios e oportunidades para ampliação das vendas externas do plástico transformado. Conforme dados apresentados pelo presidente da Abiplast, embora a indústria de transformados plásticos tenha exportado, em 2015, 5,6% da sua produção, tradicionalmente ela não tem um enfoque exportador. Segundo pesquisa da McKinsey & Company, o país com o maior índice de exportação é a Alemanha, que direciona 20% de sua produção para outros países.
Para contextualizar o baixo número de exportações das empresas de transformados plásticos, Roriz apresentou um levantamento realizado pela Abiplast e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que sondou 81 empresas transformadoras de plástico para entender os motivos do baixo índice de exportação. Constatou-se que os entraves estão mais relacionados aos custos e acesso ao financiamento, do que à qualidade dos produtos brasileiros. Fatores como a falta do conhecimento sobre o mercado externo e insegurança relativa à variação cambial inibem a prospecção do mercado externo.
Demostrando que, mesmo com dificuldades econômicas, entraves mercadológicos e culturais, é possível apostar na exportação, o presidente da Abiplast apresentou o programa Think Plastic Brazil, cujo propósito é incentivar a exportação do plástico transformado nacional.
Atualmente, o programa, fruto de parceria entre a cadeia produtiva do plástico e o governo, por meio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), conta com a participação de cerca de 100 empresas associadas e tem como principais objetivos a inserção, incremento e consolidação das exportações de produtos transformados plásticos de pequenas, médias e grandes empresas, em diversas categorias; a solidificação da cultura exportadora no setor; aumento da base exportadora; e melhoria da exposição e imagem do setor no exterior.
Ao falar das oportunidades para ampliação da exportação, Roriz enfatizou ser possível exportar mais, uma vez que existem possibilidades em diversos segmentos e cadeias produtivas do plástico, como o da construção civil, alimentos, automóveis e autopeças, máquinas e equipamentos, bebidas, farmacêutico, têxteis e vestuário.
Em sua proposta, ele defendeu a importância de projetos que tenham enfoque na integração das cadeias, com vistas nas oportunidades no mercado internacional, eliminando a incidência de antidumping nas operações de drawback, ou seja, o instrumento de defesa comercial não deve onerar a política comercial, suspendendo a incidência dos impostos estaduais (ICMS), no caso de aquisição de matéria-prima nacional para drawback, e por fim, criando um “Reintegra de Cadeia”, um regime especial de reintegração de valores tributários para as empresas exportadoras, pois quanto maior for o valor adicionado do produto e a incorporação de elos da cadeia produtiva na produção do bem a ser exportado, maior o percentual do reintegra.