13/10/2014
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast
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O triênio 2014-2016 será de ajustes e economia estável. O principal desafio do novo governo, independentemente de quem for eleito, será contar com credibilidade para realização dos ajustes necessários a fim de gerar competitividade e iniciar novo ciclo de crescimento a partir de 2017. Esse foi o apontamento praticamente unânime de empresários e pesquisadores durante o IV Seminário de Competitividade realizado pela Abiplast na última terça-feira (30) no hotel Meliá Paulista, que tem como tema “O futuro perfil da transformação brasileira de plástico”.
“Hoje gastamos muito tempo e energia com problemas político-econômicos. Precisamos evoluir nos ajustes para que os empresários possam voltar suas atenções para a gestão de novos processos e inovação, produtos e mercados”, apontou o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho.
Empresários apresentaram um balanço dos quatro últimos anos para os principais mercados consumidores de plástico: automotivo, alimentos e bebidas, e construção civil. Eles localizam o início da redução de crescimento a partir de 2012 e apontam aumento próximo de zero ou retração para 2014. Para a maioria, 2015 será um ano estável e dedicado à recuperação, desde que sejam realizadas as mudanças necessárias em políticas monetária, industrial e comercial, assim como a reforma tributária. “Acreditamos no longo prazo. O próximo triênio será de estabilidade e incertezas”, destacou o presidente da Unipac, Marcos Ribeiro.
Participaram desse tema Getúlio Ursulino Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Balas e Derivados (Abicab); Davide Botton, diretor superintendente da Polo Films; Paulo Melo, diretor responsável pela operação da Odebrecht Realizações Imobiliárias em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal; Vinicius Miranda de Castro, gerente nacional de vendas a construtores e indústrias da Tigre; Luiz Carlos Mello, ex-presidente da Ford no Brasil e dirigente do Centro de Estudos Automotivos (CEA); e Luciano Guidolin, vice-presidente de poliolefinas e renováveis da Braskem.
O tema competitividade foi analisado sob diversos pontos de vista. Um item que recebeu fortes críticas é a utilização do câmbio como mecanismo de contenção da inflação. “A indústria entregou o mercado para a importação”, afirmou o economista Antonio Delfim Netto, um dos palestrantes que discutiu as expectativas econômicas a partir das eleições presidenciais.
Os rumos da economia na nova gestão presidencial foram debatidos ainda por Maurício Rands, ex-deputado federal e ex-secretário do governo do estado de Pernambuco; Marco Bonomo, professor titular de Economia do Insper; André Moreira Cunha, professor associado do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O seminário contou ainda com a presença do presidente da Braskem Carlos Fadigas que mostrou um cenário da indústria petroquímica de 2004 a 2014 com relação à variação cambial, à produtividade, aos gastos com insumos energéticos, à carga tributária e à importância da discussão em cadeia das políticas.
O presidente da ABIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho, encerrou o evento falando sobre os temas discutidos durante o Seminário, bem como da importância das ações do PIC – Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico para o fortalecimento deste setor.