13/12/2024
Para a Associação, é necessário construir um documento que respeite a diversidade socioeconômica e ambiental de cada país
A Quinta Sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-5), realizada em Busan, na Coreia do Sul, terminou sem consenso entre os representantes de mais de 100 países. A reunião, que teve como objetivo desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre poluição plástica, avançou pontualmente, mas evidenciou entraves significativos em temas críticos, como a produção de químicos utilizados em plásticos e produtos plásticos, mecanismos de financiamento e implementação.
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), que acompanhou de perto as discussões internacionais acerca do Tratado Global de Poluição Plástica, integra um Grupo de Trabalho que reúne mais de 3 mil representantes de instituições não governamentais e de 165 Estados-Membros. A entidade reitera a necessidade de elaborar um texto claro e objetivo para a proposta final. “Há uma preocupação significativa da indústria em garantir definições precisas, a fim de evitar problemas futuros com interpretações incorretas ou incompletas, além de critérios objetivos para identificação de produtos que possam, de fato, serem prejudiciais ao meio ambiente e à saúde”, destaca Magaly Menezes, assessora de relações governamentais e comércio exterior, que representou a ABIPLAST no encontro.
O presidente da sessão, Luis Vayas, apresentou o Non-Paper, amplamente debatido ao longo da semana, muitas vezes a portas fechadas. Contudo, vários artigos não progrediram significativamente nas reuniões regionais e nos grupos de contato, o que gerou descontentamento entre algumas delegações devido à exclusão de temas relevantes e à inclusão de novos pontos sem consenso prévio. Como alternativa, os delegados decidiram finalizar os debates do INC-5 em uma nova reunião, a INC 5.2, em data futura.
A ABIPLAST ressalta que o enfrentamento à poluição plástica exige uma abordagem sistêmica, especialmente em países como o Brasil. Para a Entidade, é essencial investir na gestão integrada de resíduos sólidos urbanos e valorizar a cadeia da reciclagem, além da formulação de novas políticas públicas adaptadas às diversas realidades locais, respeitando a diversidade dos contextos socioeconômicos e ambientais de cada país e incentivando a economia circular.
“Alcançar um consenso sobre os temas em discussão é, sem dúvida, o grande entrave para a finalização deste instrumento. As divergências refletem a complexidade da poluição plástica e a necessidade de equilibrar interesses globais com as particularidades locais. Precisamos avançar de forma colaborativa e com comprometimento para garantir um futuro sustentável”, conclui Magaly.
Sobre a ABIPLAST
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) representa o setor de transformados plásticos e reciclagem desde 1967, atuando para aumentar a competitividade da indústria. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. Há anos, a concreta implementação da economia circular na cadeia produtiva está no topo das prioridades da ABIPLAST. A entidade, referência no tema, desenvolve juntamente com seus associados ações que preparem os setores para a atual realidade que se delineia, avançando em direção a resultados efetivos. A ABIPLAST representa atualmente cerca de 12,6 mil empresas que empregam cerca de 360 mil pessoas.