Estudo encomendado pelo Movimento Plástico Transforma aponta que o segmento tem apostado em embalagens com conteúdo reciclado, demonstrando maior preocupação com a sustentabilidade e oferecendo maior versatilidade

A indústria de alimentos e bebidas é uma das maiores do Brasil e tem investido cada vez mais em sustentabilidade. Segundo o levantamento “Monitoramento dos índices de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil”, encomendada pelo Movimento Plástico Transforma, uma iniciativa do PICPlast, e realizada pela consultoria MaxiQuim, a indústria de alimentos e bebidas consumiu em 2023 (dados mais recentes), 158 mil toneladas de resinas reciclada pós-consumo.

As principais aplicações do material são embalagens laminadas, frascos e garrafas, que utilizam o PET como matéria-prima. Vale destacar que na indústria de resinas recicladas pós-consumo, apenas o PET reciclado, produzido via reciclagem mecânica, possui regulação válida da ANVISA para contato com alimentos e bebidas.

No mercado já existem empresas com foco em realizar a transformação do material em novos produtos a partir da reciclagem. Como a Valgroup, empresa referência em produção, transformação e reciclagem de plástico, que conta com quatro processos de reciclagem, entre eles a reciclagem Bottle to Bottle, cujo foco é a reciclagem de garrafas PET, que recicla anualmente cerca de 3,6 bilhões de garrafas que retornam em forma de PET Reciclado, para aplicações que têm em contato com alimento.

Esse cenário mostra que o setor ainda tende a crescer ainda mais, e as políticas públicas deverão ser desenvolvidas para que se tenha maior acesso a material reciclado na busca do aumento da disponibilidade de resinas recicladas. Já no aspecto técnico, observa-se que as empresas estão buscando novas tecnologias para promover a simplificação das estruturas poliméricas visando a facilitar a reciclagem de plásticos.

A utilização dos materiais plásticos em embalagens pode contribuir para um armazenamento eficaz dos produtos e menor desperdício de alimentos, uma vez que embalagens plásticas adequadas e resistentes ajudam a prolongar o tempo de vida útil dos alimentos, protegendo de danos, contaminação e deterioração. Quando os materiais reciclados são empregados na fabricação dessas embalagens há a redução do impacto ambiental, pois evitam a extração de novas matérias-primas.

Segundo Simone Carvalho, integrante do grupo técnico do Movimento Plástico Transforma, a aplicação do material nesse segmento representa um avanço significativo para o setor do plástico, ao unir inovação tecnológica com responsabilidade ambiental. “Esses materiais não só reduzem o impacto ambiental, ao diminuir a demanda por recursos virgens, como também incentivam a economia circular e promovem a conscientização sobre a gestão de resíduos. Além disso, diversificar aplicação do material nos alimentos e bebidas ainda contribui para fortalecimento da segurança alimentar e impulsionamento de um ciclo virtuoso de inovação e responsabilidade ambiental que beneficia toda a sociedade.” explica Simone.

O setor de alimentos e bebidas representa 10,7% do PIB brasileiro, gerando 2,0 milhões de postos de trabalhos formais e diretos, segundo dados da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos). O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, levando seus alimentos para 190 países.

Sobre o Movimento Plástico Transforma 

Criado em 2016, o Movimento Plástico Transforma tem como objetivo promover conteúdo e ações educativas que demonstram que o plástico, aliado à tecnologia, à criatividade e à responsabilidade, traz inúmeras possibilidades para os mais diferentes segmentos. Além do site, em que é possível encontrar conceitos importantes sobre aplicações, reutilização, descarte correto e reciclagem do plástico, o Movimento é responsável por diversas ações voltadas à sociedade que juntas já impactaram milhares pessoas. A iniciativa é uma ação do PICPlast – Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico fruto da parceria entre a ABIPLAST e a Braskem. Para mais informações acesse as redes sociais: Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube.