Ferramenta construída em parceria entre ABIPLAST, ABDI e Central de Custódia vai dinamizar a economia circular e estimular a reciclagem

A tecnologia de rastreamento digital de resíduos foi destaque na 12ª Edição do Seminário Competitividade – Os Atalhos para o Plástico se Recriar e Continuar a Criar, evento promovido pela ABIPLAST e SINDIPLAST-SP em parceria com a Plásticos em Revista, realizado em 13 de setembro de 2022, em São Paulo.

A Coordenadora de Projetos Setoriais da ABIPLAST, Paula Pariz, falou sobre o sistema, cujo objetivo é rastrear a cadeia da reciclagem do plástico até a reincorporação do material em novos produtos. Ela salientou que a parceria da ABIPLAST com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), firmada em maio deste ano, põe em prática, entre outros propósitos, o sistema de circularidade do plástico, a inclusão da figura do reciclador individual, o respeito aos critérios ASG e a segurança jurídica da cadeia produtiva, ao comprovar a reciclagem dos materiais a partir de uma plataforma em desenvolvimento pela Central de Custódia de Logística Reversa. O acordo contribui para fechar a lacuna do rastreamento por meio de um novo modelo operacional e endereça a demanda da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). “Quando conectamos vários elos, verificamos a origem do plástico, se é PCR (pós-consumo) ou pós-industrial”, explicou a coordenadora de Projetos Setoriais da ABIPLAST.

De acordo com Pariz, o novo sistema deve entrar em operação em janeiro de 2023. A ferramenta permitirá rastrear digitalmente os resíduos plásticos desde o descarte à reinserção como insumo na fabricação de novos produtos. Com a plataforma, será possível emitir um Certificado de Economia Circular dos plásticos.

Já em debate conduzido no seminário por Hélio Helman, diretor da publicação Plásticos em Revista, os CEOs da Unipar, Maurício Russomano e da Radici, Jane Campos, além do Senior Advisor & Operating Partner do Grupo Stratus, Eduardo Oliveira, trataram dos temas crise econômica e de energia, ajustes na rota global e reflexos conjunturais na petroquímica mundial.

Em apresentação a respeito das mudanças de hábitos dos consumidores, o gerente de Logística Reversa da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), Ricardo Abussafy, pontuou que 80% dos brasileiros acham importante levar em conta o critério de sustentabilidade, porém, apenas 67% realmente separam o lixo doméstico, de acordo com pesquisa sob execução da ABIHPEC. Segundo ele, a maioria das pessoas toma atitude em relação à reciclagem por motivos econômicos. Abussafy também destacou a economia de 537 milhões de reais em impactos ambientais, em relação aos 109 milhões de reais investidos no sistema de logística reversa entre 2013 e 2021, no projeto “Dê a Mão para o Futuro”.

Na parte final do seminário, dirigentes e especialistas em tecnologia das empresas Sincpress, LyondellBasell, Reifenhäuser, Gneuss e Wortex expuseram o uso do QR Code em embalagens plásticas como ferramenta contribuinte à sustentabilidade e as inovações em equipamentos para aprimorar os processos de reciclagem mecânica. Também, um case de sucesso foi apresentado pelo presidente da Alcaplas, Alceu Lorenzon. A empresa, associada da ABIPLAST, de Santa Catarina, foi a primeira no Brasil a conquistar o selo verde SENAPLAS (Selo Nacional de Plásticos Reciclados) da ABIPLAST, que identifica e valoriza recicladores que trabalham dentro dos critérios sociais, ambientais e econômicos exigidos por lei. Lorenzon realçou o compromisso de quadruplicar a quantidade de reciclados PCR até 2025, de acordo com as metas do Pacto Global e Economia Circular do Uso do Plástico, liderado pela Fundação Ellen MacArthur.